O que temos visto na apresentação clínica dos quadros de covid é uma vasta sintomatologia – que vai desde casos assintomáticos, passando por casos com vômito e diarreia, lesões de pele, com sintomas respiratórios brandos até casos de franca dispneia e insuficiência respiratória.
Ou seja, a abstração biomédica tem falhado em propor uma uniformização de quadros clínicos comuns – vejamos as diferentes definições de casos suspeitos mudando desde o início da pandemia (o que é natural, é um fenômeno novo, devastador); observemos o “rejuvenescimento” da covid no Brasil.
Buscando luz nas racionalidades médicas vitalistas não alopáticas, encontramos a ideia de que os remédios/tratamentos devem ter a capacidade de estimular a energia vital do paciente, sinergicamente a finos ajustes (biológicos, psicológicos e outros) com as singularidades da experiência de adoecimento da pessoa.
Vejamos: falamos, por um lado, de quadros clínicos diversos – peculiares, não padronizados – e, por outro, da necessidade (será?) de singularizar o tratamento.
Ora, os ECRs (ensaios clíncos randomizados) tem metodologias que anulam as peculiaridades e as individualidades dos adoecimentos. Os ECRs cabem em quadros onde o modelo explanatório biomédico está bem estabelecido.Os pacientes descartados desses estudos são os pacientes reais, complexos.
Além do mais, na clínica individual, mesmo uma terapêutica consagrada, baseada na boa ciência, é passível de falha. Portanto, o critério orientador imprescindível para a adoção das PICs (ou das medicinas tradicionais e complementares) no cuidado em saúde é a segurança do paciente.
Logo, em contextos clínicos nos quais o modelo biomédico é frágil e a segurança dos pacientes é alta abrem-se possibilidades para a utilização das PICs.
Como exemplo, a homeopatia já vem caminhando nessa direção, com metodologia própria, em busca do gênio epidêmico e de medicamentos específicos para diferentes níveis de gravidade da doença.
Como e onde entram as outras pics no 'combate' ao covid?
Texto do Médico Murilo
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